Pensamento

Quando aparece no mundo um verdadeiro génio, podemos reconhece-lo através de um sinal: Todos os estúpidos se unem contra ele.
Jonathan Swift

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Ano Novo

Encontrei isto num blogue chamado "Um bife mal passado", que parece pertencer a Alexander Ellis (Embaixador britânico em Portugal)

Portugueses: 2010 tem sido um ano difícil para muitos; incerteza, mudanças, ansiedade sobre o futuro.
O espírito do momento é de pessimismo, não de alegria.


Coisas que nunca deverão mudar em Portugal


1. A ligação intergeracional. Portugal é um país em que os jovens e os velhos conversam - normalmente dentro do contexto familiar. O estatuto de avô é altíssimo na sociedade portuguesa - e ainda bem. Os portugueses respeitam a primeira e a terceira idade, para o benefício de todos.



2. O lugar central da comida na vida diária. O almoço conta - não uma sandes comida com pressa e mal digerida, mas uma sopa, um prato quente etc, tudo comido à mesa e em companhia. Também aqui se reforça uma ligação com a família.



3. A variedade da paisagem. Não conheço outro pais onde seja possível ver tanta coisa num dia só, desde a imponência do rio Douro até à beleza das planícies do Alentejo, passando pelos planaltos e pela serra da Beira Interior.



4. A tolerância. Nunca vivi num país que aceita tão bem os estrangeiros. Não é por acaso que Portugal é considerado um dos países mais abertos aos emigrantes pelo estudo internacional MIPEX.



5. O café e os cafés. Os lugares são simples, acolhedores e agradáveis; a bebida é um pequeno prazer diário, especialmente quando acompanhado por um pastel de nata quente.



6. A inocência. É difícil descrever esta ideia em poucas palavras sem parecer paternalista; mas vi no meu primeiro fim de semana em Portugal, numa festa popular em Vila Real, adolescentes a dançar danças tradicionais com uma alegria e abertura que têm, na sua raiz, uma certa inocência.



7. Um profundo espírito de independência. Olhando para o mapa ibérico parece estranho que Portugal continue a ser um país independente. Mas é e não é por acaso. No fundo de cada português há um espírito profundamente autónomo e independentista.



8. As mulheres. O Adido de Defesa na Embaixada há quinze anos deu-me um conselho precioso: "Jovem, se quiser uma coisa para ser mesmo bem feita neste país, dê a tarefa a uma mulher". Concordei tanto que me casei com uma portuguesa.



9. A curiosidade sobre, e o conhecimento, do mundo. A influência de "lá" é evidente cá, na comida, nas artes, nos nomes. Portugal é um pais ligado, e que quer continuar ligado, aos outros continentes do mundo.



10. Que o dinheiro não é a coisa mais importante no mundo. As coisas boas de Portugal não são caras. Antes pelo contrário: não há nada melhor do que sair da praia ao fim da tarde e comer um peixe grelhado, acompanhado por um simples copo de vinho.



Então, terminaremos a contemplação do país não com miséria, mas com brindes e abraços

sábado, 25 de dezembro de 2010

A grande prenda no sapatinho 24/12/2010

Querido Pai Natal,
apenas para te agradecer a correspondência de ontem.
Há tanto tempo que esperava por este reconhecimento.
Depois de tanta espera e alguma agonia...
Ontem, finalmente, veio a boa-nova pelo correio!

Fica aqui o registo de um grande dia:
24 de dezembro de 2010.

Afinal de contas bem sabes que fiz por merecê-lo.
Obrigado Pai Natal.

Uma Conspiração de Estúpidos

Acabei de ler este livro. A minha opinião: Genial.





Uma comédia...ou se preferirem, num retrato social de Nova Orleães.

"...À sombra da pala do boné verde, os olhos azuis e amarelos de Ignatius J. Reilly fitavam com sobranceria as outras pessoas que esperavam debaixo do relógio dos armazéns D. H. Holmes, examinando a multidão, em busca de sinais de mau gosto no vestir. Ignatius reparou que várias roupas eram suficientemente novas e caras para poderem considerar-se propriamente ofensas ao bom gosto e à decência. O facto de uma pessoa possuir uma peça de vestuário nova ou cara só reflectia a sua falta de teologia e de geometria; podia até suscitar dúvidas acerca da sua alma.



Ignatius estava vestido com conforto e sensatez. O boné de caçador protegia-lhe as orelhas do frio. As volumosas calças de tweed eram duráveis e permitiam-lhe mover-se com uma invulgar facilidade. As suas pregas e ângulos continham bolsas de ar quente e viciado que confortava Ignatius. A camisa de flanela aos quadrados dispensava o uso de um casaco e o sobretudo protegia a pele exposta de Reilly entre as abas e o colarinho. O conjunto era aceitável à luz de quaisquer padrões teológicos e geométricos, ainda que abstruso, e sugeria uma vida interior rica.


Balançando as ancas à sua maneira arrastada e elefantina, Ignatius projectava ondas de carne que se agitavam debaixo do tweed e da flanela e iam rebentar nos botões e nas costuras. Entretanto, pensava que já estava há muito tempo à espera da mãe. Acima de tudo, pensava no desconforto que começava a sentir. Parecia que todo o seu ser estava prestes a rebentar pelas botas inchadas de camurça e, para comprová-lo, voltou os olhos singulares para os pés. De facto, parecia que tinha os pés inchados. Estava pronto a apontar à mãe aquelas botas inchadas como prova da sua negligência. Levantando a cabeça, reparou que o sol começava a descer sobre o Mississipi, ao fundo de Canal Street. O relógio Holmes indicava que eram quase cinco horas. Ignatius dava os últimos retoques numa série de acusações cuidadosamente preparadas para conduzir a mãe ao arrependimento ou, pelo menos, à confusão. Muitas vezes era obrigado a pô-la no seu lugar."

Excerto da 1ª página de Uma Conspiração de Estúpidos, de John Kennedy Toole.
Todas as editoras a quem o autor remeteu esta obra se recusaram a fazer a editar o livro. Frustrado, por este insucesso, John Kennedy Toole, suicidou-se em 26 de Março de 1969, com a idade de 31 anos.

Em 1976, a mãe do autor, Thelma Toole, insistiu junto do escritor e académico, Walker Percy, para ter uma opinião do manuscrito que o filho tinha deixado completo. Contrariado, pela persistência da senhora, Percy não teve outra solução que ler o manuscrito, na esperança que ele fosse tão fraco, que ao fim de meia dúzia de páginas, em consciência, não fosse obrigado a ler mais. Era muito bom.

Com o patrocínio de Walker Percy, a Louisiana State University Press, fez em 1980 uma edição de 2500 exemplares. 
 
Toole recebeu postumamente, em 1981 o Prémio Pulitzer de Ficção.
 

sábado, 11 de dezembro de 2010

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Uma boa ideia para o Natal

Aderir à campanha que a livraria Bertrand acaba de lançar:

Então a proposta é que o cidadão passe numa livraria desta cadeia, compre um livro e o deixe ficar.
Sei....
A ideia é que esses livros serão oferecidos a crianças que não podem comprar livros.
Hmmmm....?!
Se não se tiver transformado num ser céptico como eu, então força....aproveite esta ideia.
Eu é que....
não sei muito bem como dizer...
como eles não andam nada baratos....quando os compro dá-me assim uma espécie de vontade de levá-los comigo. Serei normal?

Natal é quando um homem quiser.

LIVRA!

Mundial 2018 - FIFA

E o mundial de futebol de 2018 é....

Rússia.
Ufa...lá muito longe e lá muito frio.
Não consigo deixar de ficar feliz por isso. Não que não goste de bola.
Não que não seja patriota...
mas confesso que cheguei a temer que fosse cá,
e ter que esperar ansiosamente oito longos anos
por mais um mega-evento-que-voltasse-a-comprovar-a-nossa-tão-fantástica-capacidade-organizativa-e-hospitaleira, mas desta vez nesta bela jangada de pedra à beira mar plantada transportada a  altíssimas velocidades

Juizinho, que era bom... é que...não sei, vê-se pouco...