Génova, 2004
"Não apenas cabelo"
Mais para ver
do que certamente para ser vista
Mas ainda assim estoicamente maquilhada
Aguardando já quase nada
Naquele ponto a que ainda se chama existência.
Alguém!
Não tarda e outra cabeça espreitará na mesma janela
Vendo a mesma rua, por certo
Mas com distintas contemplações
e ainda sonhos por concretizar
Não apenas cabelos
brancos
Não apenas testemunhos
sábios
outrora disponveis para sonhar também
Espreitará alguém com tempo e forças para ser (verdadeiramente)
livre
Alguém que sairá à rua também
e será alvo de outros olhares
escrevendo o seu próprio futuro
de forma tão aleatória quanto a decisão que tomei ao parar este instante
tendo-o feito prevalecer
perenemente
sobre qualquer outro
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